GRENI (Grupo de Religiosos e Religiosas Negros/as e Indígenas)
1. O que é o GRENI?
A sigla GRENI refere-se ao Grupo de Religiosos e Religiosas Negros(as) e Indígenas da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil).
O GRENI é um espaço dentro da Vida Religiosa Consagrada cujo objetivo é possibilitar aos religiosos e religiosas afro-descendentes e indígenas uma maior conscientização sobre a própria identidade, como caminho para uma valorização da negritude e dos valores próprios das tradições afro-indígenas
O GRENI é um espaço dentro da Vida Religiosa Consagrada cujo objetivo é possibilitar aos religiosos e religiosas afro-descendentes e indígenas uma maior conscientização sobre a própria identidade, como caminho para uma valorização da negritude e dos valores próprios das tradições afro-indígenas
2. Como se construiu essa história?
A abertura mais significativa da Vida Religiosa à presença de afro-descendentes ocorreu a partir dos anos 60. Entretanto, somente nas décadas de 80 e 90 é que começa um esforço maior no sentido de relacionar Vida Religiosa Consagrada a etnias, sobretudo no que diz respeito às vocações de origem africana e indígena.
Vale destacar que o GRENI não surgiu fruto do acaso, mas é resultado de muita luta por parte do povo afro-descendente e indígena que lutou por um “espaço de direito” dentro da Igreja e, conseqüentemente, dentro da Vida Religiosa. Por exemplo, é com o Vaticano II que a Vida Religiosa começa a se abrir mais para receber negros, negras e indígenas, o que até então acontecia de forma minimamente reduzida.
Dessa forma, em 1992, durante a Assembléia Nacional da CRB, realizada em São Paulo, foram organizadas duas reuniões com os religiosos e religiosas negros(as) ali presentes. Durante a plenária, com 85% de votos de aprovação dos(as) superiores(as) maiores, foi aprovada a criação do GRENI. Dentre as sugestões recebidas para esse novo empreendimento, é fundamental destacar a sugestão de inclusão dos indígenas.
Foi a partir dos encontros de religiosos e religiosas afro-descendentes nas próprias congregações que começa a surgir o GRENI, como um grupo de reflexão para apoiar as articulações já existentes, a fim de fortalecer e ampliar a consciência indígena e a convicção de uma negritude fortalecida dentro Vida Religiosa.
3. GRENI: uma caminhada de fé e resistência
Sem dúvida o GRENI é um grupo de resistência, um espaço fundamental e necessário para dar aos descendentes afro-indígenas a possibilidade do conhecimento de si, valorizando suas próprias origens e
contribuindo para uma formação mais consistente enquanto consagrados e consagradas.
Enquanto espaço de encontro que possibilita a convivência, o conhecimento mútuo, o respeito e a valorização da identidade afro-indígena, estimula uma maior fraternidade dentro da própria Vida Religiosa, no compromisso com uma ação profética junto aos povos historicamente marginalizados, particularmente os negros e indígenas. e acolhimento das diferenças que enriquecem as comunidades.
4. Um espaço de construção da identidade afro-indígena
Ao olhar a trajetória do GRENI, como espaço reivindicado e construído, é ambiente propício para a construção de uma identidade afro-descendente e indígena sólida, enraizada nos valores próprios que as tradições africanas e indígenas carregam. Como não poderia ser diferente, é espaço de resistência que anima a caminhada do povo afro-indígena na esperança de um mundo novo.
5. Olorum e Tupã nos fortalecem na caminhada
Como GRENI, peregrinamos na certeza de Olorum e Tupã que caminham conosco ao longo da história. Uma presença que nos fortalece e nos impulsiona, sustentando nossa caminhada como povo negro e indígena que caminha, como povo de Deus peregrino, rumo à terra da libertação.
“Ei Greni, cavaleiro do luar...
A luta pela liberdade
continua sendo tua vida...
Por isso leva teu povo
para a terra prometida!
Ei Greni, ensina teu mandamento,
oração de resistir,
Ei Greni, vou te seguir
pela ternura da esperança...
Também sou do povo de Zumbi!”
A nós enviai teu Axé!
A nós enviai teu Axé!
Olorum é nosso Axé!
Venham somar conosco nessa bonita missão de resgatar os valores de nossas tradições afro-descendentes e indígenas.
Façamos nossa a luta de tantos irmãos e irmãs que acreditam num mundo novo, como sinal do Reino de Deus presente entre nós.
AXÉ! AUERÊ! ALELUIA!